quarta-feira, 20 de julho de 2011

A REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA NO CONTEXTO DA GLOBALIZAÇÃO

Prof. Esp. Mauro Oliveira




RESUMO

A tecnologia acompanha o homem desde sua criação. A descoberta da roda, do fogo, a utilização de pedaços de pau para a caça, são instrumentos tecnológicos. No decorrer de toda sua existência, o homem vem desenvolvendo aparatos não se dando conta, no entanto, de se tratarem de tecnologia. A Revolução Tecnológica, ocorrida em meados da década de 70 do século passado, seria inevitável. A eletricidade, a eletrônica, a automação, viriam a promover o desenvolvimento da tecnologia da informação que, por sua vez, trataria de tornar o conhecimento globalizado. Como num ciclo vicioso, essa globalização, fruto da revolução tecnológica, necessita da tecnologia para auto-sustentação. A informação em tempo real se transforma no combustível do capitalismo. Novos modelos de negócios, a virtualização do trabalho, criam novas necessidades de mão-de-obra especializada. A empresa do século XXI tem o desafio de utilizar todo poderio tecnológico de forma sistêmica e sinergética para se manter num mercado que cada vez mais exige que as empresas sejam dinâmicas, imediatistas, diversificadas.



Palavras Chave: Revolução, Informática, Tecnologia, Automação, Virtualização, Capitalismo, Empresa, Globalização





TECHNOLOGICAL REVOLUTION IN THE CONTEXT OF GLOBALIZATION


ABSTRACT

The technology has accompanied man since its inception. The discovery of the wheel, fire, the use of sticks for hunting are technological tools. Throughout its entire existence, man has developed apparatuses not realizing, however, of whether the technology. The Technological Revolution, during the mid-70s of last century, was inevitable. Electricity, electronics, automation, would promote the development of information technology which, in turn, would try to become the global knowledge. Like a vicious cycle, this globalization, the fruit of the technological revolution, the technology needs for self-sustaining. The real-time information becomes the fuel of capitalism. New business models, virtualization of work, new demands for skilled labor. The company has twenty-first century the challenge of using all technological power in a systemic and synergistic to stay in a market that increasingly demands that companies are dynamic, immediate, diversified.

Keywords: Revolution, Informatics, Technology, Automation, Virtual, Capitalism,


1 – INTRODUÇÃO

O final do século XX é marcado, principalmente, pela chegada da revolução tecnológica. Um fator relevante para a maioria das organizações em tempos de concorrência. A busca da qualidade total se torna imprescindível, uma vez que a tecnologia possibilita a informação em tempo real e, por conseguinte, é a base do atual contexto de globalização do capitalismo. A tecnologia passa ser considerada como um diferencial de sustentação na vida de qualquer empresa.
Podemos refletir sobre a importância e o rápido processo de popularização e socialização do computador na esfera da pesquisa, desenvolvimento industrial e comercial, divertimento e utilização doméstica.
Mas deve-se notar a existência de modismos conceituais acompanhados de significados obscuros que podem confundir, maliciosamente ou não, a mente de empresários ou empreendedores de forma a dificultar a assimilação da revolução tecnológica por parte de determinados setores da economia. Desta maneira, as pessoas responsáveis por esse fato tendem a transformar as empresas “em presas” fáceis do consumismo tecnológico.
Para FLORÃO, 2006:
“O crescimento da interdependência entre os povos e países da superfície terrestre, que alguns preferem denominar de ‘Aldeia Global’, pois parece que o Planeta está ficando menor, e todos parecem se conhecer (assistem a programas de televisão, ou através da Internet, ficam sabendo o que ocorre no mundo todo, no mesmo dia e, muitas vezes, no ato do conhecimento), se deve ao enorme desenvolvimento nos meios de transporte, comunicação, nas viagens e no turismo internacional, nas trocas comerciais entre os países”
A globalização, conseqüência da Tecnologia da Informação, rompe fronteiras e permite o acesso aos mais modernos equipamentos. Tais equipamentos tem se tornado cada vez mais populares, de fácil manuseio devido a sua facilidade de operar, fazendo com que a tecnologia atinja setores e empresas nunca antes favorecidos.
O desafio hoje é fazer com que empresas utilizem esse poderio tecnológico de forma sistêmica e sinergética. Essa democratização dos meios está transformando estruturas administrativas antigas e arcaicas em organizações dinâmicas, fazendo que estas estejam preparadas para mudanças e sejam capazes de atender a um mercado que pode a qualquer instante mudar o rumo dos negócios.
Até pouco tempo, só as grandes empresas conseguiam coletar, armazenar e processar informações através da informática, mas o que se pode observar hoje é que todos os setores têm aderido a informatização.
Hoje a Tecnologia da Informação está mais acessível, e gera duas grandes mudanças: A primeira é permitir que as pequenas empresas possam competir em pé de igualdade com as grandes. A segunda é a que balança com a estrutura da empresa, seja grande ou pequena, colocando em questão o “como administrar melhor”, questionando e alterando hierarquias, e ainda mudando o eixo das decisões.
Na nova empresa que surge, não há mais espaço para o poder de um ou de poucos, o poder é descentralizado porque o novo fluxo de informações permite descentralizar as decisões. Quem tem a informação, tem o poder de decidir dinâmica e sistemicamente.
No novo mundo que surge, a tecnologia é só um instrumento. Hoje, informação é o centro de qualquer negociação. Atualmente, saber usá-la é a sobrevivência para qualquer empresa, mas quem quiser além de sobreviver, vencer no mundo competitivo dos negócios, tem que saber usar a informação e a qualidade como armas estratégicas na batalha da competitividade. Baseado neste conceito, exige-se um perfil profissional que tenha domínio do negócio, domínio da informação para a eficaz tomada de decisões.
Existem organizações que defendem a necessidade de existir um profissional que atenda a todos estes quesitos, mas que também seja um especialista em Qualidade Total, para o desenvolvimento de uma visão sistêmica e integrada da organização e sua completa cadeia de valor.



2 – A REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA

O modelo de desenvolvimento, baseado no crescimento infinito e na extensão das relações de mercado tem seu esgotamento a partir da crise de que os países de primeiro mundo passam a atravessar já ao final da década de 1970. O industrialismo, capitalista ou não, não “pode ser estendido em escala planetária” (Gorz, 1983), uma vez que é ele o principal responsável pela destruição dos recursos naturais do planeta, necessários à continuação da vida. Este fato acaba por não ser notado pelos cientistas do capital.
FLORÃO (2006) afirma que:
“Países como China e Japão têm demonstrado através do tempo que, mesmo representando os vieses da cultura oriental, conseguiram assimilar as tecnologias e apropria cultura do consumo do ocidente, sem, no entanto, perder sua essência cultural e filosófica.”
Este capitalistmo, selvagem, que busca o crescimento interminável, não lhe permitiria perceber que este mesmo crescimento, poderia se transformar em seu grande algoz.
A Revolução Tecnológica, que teve seu desenvolvimento principalmente em meados da década, favorece a mundialização do capital; a globalização. Os avanços ocorridos nas áreas da micro-eletrônica, da automação, tornam a comunicação a grande arma do desenvolvimento. Empresas transnacionais só puderam ter seu crescimento acentuado a partir do desenvolvimento deste momento.
Por outro lado, é necessário que se compreenda o seu alcance, para a organização e sistematização do trabalho.
A revolução tem sua origem a partir da informação. Neste momento, a informação não deve ser tratada apenas como o desenvolvimento das comunicações, tais como televisão, internet, etc. A informação passa a ter corpo de conteúdo de dados, pois ela pode ser registrada, tratada, arquivada e disponibilizada para novamente ser utilizada.
A partir do último quarto do século XX, ocorre um processo de automação nas indústrias. Qualitativamente diferente da mecanização, a automação passa a independer do esforço humano, tendo suas atividades controladas automaticamente, substituindo a força humana, por um conjunto de aparatos tecnológicos.
“Conceitos de moda já aparecem como inerentes das possibilidades que um computador conectado à Internet pode propiciar ao usuário, no tele-trabalho, mercado digital (shopping virtual), tele-conferências, serviços bancários, entre outros. Pode-se evidenciar que a velocidade e agilidade que a informática possibilita ao homem, desse final de século, levam-no a repensar as dimensões de tempo e espaço. FLORÃO, 2006”
A Revolução Tecnológica é vital para o capital que, por sua vez, apropria-se daquela para garantir a continuidade da concentração de riquezas.

2.1 Natureza da Revolução

As transformações na forma de organização sócio-produtiva do homem, ocasionadas principalmente pelas descobertas e inventos científicos e tecnológicos, resultantes em sua essência das primeira e segunda grandes guerras mundiais são a base da Revolução Tecnológica. Cria-se, com isso a sociedade da informação que acaba exigindo mudanças estruturais de grande dimensão em nível organizacional e, claro, em escala global.
O advento da Revolução Tecnológica e, mais recentemente, as extraordinárias modificações conceituais e contextuais verificadas ao longo das últimas décadas, em grande parte causadas pela globalização e pela presença cada vez maior da “sociedade da informação”, acabaram por promover mudanças estruturais de grande dimensão no panorama da formação profissional em todas as nações e conseqüentemente, nas organizações.
A ampla utilização das novas tecnologias da informação e da comunicação passam a exigir uma crescente qualificação, e desenvolvimento de novas habilidades e competências para o exercício das profissões convencionais e das novas profissões, concretizadas na oferta de novas modalidades de trabalho.
FLORÃO (2006) ressalta que:
“Na relação capital vs trabalho e tecnologia, o contexto de nova globalização econômica, recriam (mascaram) formas de extração de mais-valia absoluta e relativa e também o entendimento de classe social. Destaca-se a questão do sistema de mercado informal, a franquia, a terceirização, quarterização, em certo sentido as micro e pequenas empresas (geralmente familiares) e as múltiplas formas de extração de sobre-trabalho que o capitalismo vem reconstituindo.”
A busca pela inserção de pequenas e micro empresas no fluxo de comércio internacional impõe a geração de uma cultura empreendedora e a garantia de competitividade.
De fato, as transformações tecnológicas não devem ser consideradas como a terceira revolução industrial. No entanto, por possuir características inovadoras, seu impacto sobre o sistema produtivo e a organização do trabalho e ainda, de toda a sociedade, podemos classifica-la como “revolução”. Para Gorz (1983),
“a robótica na indústria possibilita uma economia ao mesmo tempo dos investimentos, da mão-de-obra e das matérias primas. Esta é a radical novidade. Ela justifica plenamente a expressão ‘revolução micro-eletrônica’”
Qualquer revolução implica numa mudança de relações com a natureza e com os outros. Marx já havia chamado a atenção para o significado daquilo que estava ocorrendo na sua época e que teve a burguesia como elemento propulsor. Ela teve um papel extremamente revolucionário.
As transformações operadas afetam profundamente a produção, as condições sociais e culturais, alterando os alicerces sociais, culturais e econômicos. Segundo FLORÃO (2006) “os avanços tecnológicos absorvidos principalmente pela indústria e os efeitos da mundialização da economia transformaram a face de algumas partes do mundo, principalmente nos países industrializados, (...).”
Assim, o final do século XX foi palco de uma revolução no sentido de que “um grande aumento repentino e inesperado de aplicações tecnológicas transformou os processos de produção e distribuição, criou uma enxurrada de novos produtos e mudou de maneira decisiva a localização das riquezas e do poder no mundo.” CASTELLS, 1999.
Essa revolução tem conseqüências profundas. Econômicas e Sociais! Pois significa que se pode produzir mais em menos tempo, e com menor utilização da força de trabalho, concomitante a desmaterialização dos produtos e até mesmo do próprio trabalho. Ou seja, a micro-eletrônica inaugura a era da abolição do trabalho, isto é, a quantidade de trabalho decresce rapidamente até tornar-se marginal na maior parte das produções materiais e das atividades de organização, além do que o trabalho não implica mais na manipulação direta do trabalhador com a matéria prima.
Para MÉDA:
“a riqueza é cada vez mais o produto de um conjunto de interações complexas entre os capitais, os sistemas de informação, o trabalho ‘das máquinas’ e o trabalho humano, no qual o trabalho humano não é o único produtor de riqueza. O trabalho humano é hoje tão imbricado no conjunto de máquinas e sistemas que a eficácia dessas não pode ser distinguida da sua.
Nesta análise, a produção é, em definitivo, o produto do trabalho social e o progresso da sua produtividade manifesta-se por meio da redução da quantidade de trabalho social total necessário para a produção de uma unidade de valor de uso.

2.2 História das Revoluções Tecnológicas
Na história do capitalismo, as revoluções tecnológicas anteriores (a da máquina a vapor e das máquinas têxteis – séc. XVIII; a do ferro, do carvão e dos trilhos de ferros – séc. XIX; a da eletricidade, do petróleo, do automóvel e do avião – séc. XX) traduziram-se numa redução da quantidade de trabalho para a produção de valores; por outro lado significaram o aumento da força de trabalho indireto, atribuído a produção dos meios de produção.
A revolução tecnológica em curso inverte esta tendência. Permite o progresso da produtividade do trabalho social por meio da adoção de tecnologias que se traduzem na redução da proporção do trabalho indireto. 
As formas anteriores da produção não exigiam nenhuma qualificação particular à maioria dos trabalhadores; por exemplo, operários das linhas de montagem não possuíam qualificação para o exercício. No entanto, as formas novas são, com frequência, muito mais exigentes. Assim, poderíamos dizer-se que, posto que o trabalhador é melhor qualificado, desfruta de uma maior "liberdade" face ao capital que o emprega? Que goza ao menos de um poder de negociação melhor estabelecido?



3 – A REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Em segmentos particulares conjunturalmente a força de trabalho qualificada consegue marcar pontos e os beneficiários desta situação podem aproveitar a sua capacidade de negociar, mas os poderes públicos prosseguem o objetivo de criar a mais longo prazo um excedente adequado de oferta de trabalho. Empregados da empresa moderna ou trabalhadores independentes podem estar subempregados em múltiplas ocasiões e, no entanto, continuam a depender, na sua esmagadora maioria, de quem os emprega. 
A tendência do sistema para produzir um excedente que a seguir não pode ser absorvido por investimentos dedicados à ampliação e aprofundamento do sistema produtivo vê-se reforçada pela nova revolução tecnológica. Este desequilíbrio global está na origem da "crise estrutural" do capitalismo neoliberal contemporâneo, ou seja, da estagnação relativa que o caracteriza.
Este excedente pode ser absorvido de diferentes maneiras. Pode ser aplicado em despesas suplementares de esbanjamento social tal como a manutenção de polícias privadas associadas à crescente desigualdade na repartição dos rendimentos, como sucede nos Estados Unidos. Mas poderia também sê-lo através de políticas de gastos sociais úteis (educação e saúde), que constituem então formas indiretas de reforço dos rendimentos dos trabalhadores ou por meio dos gastos militares.
Acresce ainda, que as formas da globalização postas em marcha pelo neoliberalismo dominante permitem reproduzir e tornar mais profundas as assimetrias internacionais graves no acesso de uns e de outros ao excedente em questão.
Uma revolução tecnológica transforma sempre as formas concretas de organização do trabalho e, por conseguinte, a estrutura das classes dominadas.
Mas a revolução contemporânea não abriu um campo amplo à organização de "redes horizontais" de trabalhadores capazes, com isso, de se emanciparem, ao menos em parte, das exigências do capital dominante. As situações deste tipo são completamente marginais. Pelo contrário, a evolução dominante dos mercados de trabalho é caracterizada por um fracionamento reforçado que dá ao capital uma margem de manobra onde sabe obter benefícios. A pauperização produzida por esta evolução expressa-se por meio da crescente proporção de trabalhadores desempregados, informais, etc.
O conjunto dos fenômenos de que aqui se fala, todos associados à revolução tecnológica contemporânea, interpela quem se coloque a questionar o futuro do capitalismo e do que implica a lógica dos seus desdobramentos para os trabalhadores e os povos. 
Esta evolução põe em xeque a legitimidade do capitalismo como sistema social civilizado e eficaz. O capitalismo obtinha a sua "legitimidade" do fato de que o crescimento da produção exigia investimentos de capital cada vez mais maciços, que somente os "capitalistas" podiam reunir. Estes, além disso, assumiam um risco, davam empregos a uma mão-de-obra pouco qualificada aceitando, com isso, a idéia de que os trabalhadores não eram capazes por si mesmos de assegurar a eficácia da produção.
Quando os trabalhadores, organizados em sindicatos de massas, como corresponde à sua concentração, em grandes unidades de produção, conseguem impor ao capital uma repartição estabilizada dos rendimentos líquidos e a conjuntura internacional favorece este "compromisso social", a legitimidade do sistema sai reforçada.
As evoluções contemporâneas anularam amplamente estes motivos de legitimidade. Maior quantidade de trabalhadores está mais qualificada (e com isso mais apta a organizar eficazmente a produção por si mesma), mas simultaneamente está debilitada face aos patrões. Os investimentos requeridos para iniciar uma produção são menos importantes e estariam ao alcance de um possível coletivo se as instituições do Estado e da economia estivessem concebidas para tornar possível a realização dos projetos que são capazes de formular. De outra forma, o capitalismo como forma de organização social "teve o seu tempo".
Outras formas – socialistas – parecem, ao contrário, em melhores condições de assegurar ao mesmo tempo a eficácia (e a redução do desperdício), a justiça social e a equidade internacional. Mas as relações de produção capitalistas e as relações imperialistas sempre dominantes opõem-se aos avanços nas direções necessárias para uma "superação do capitalismo"; e opõem-se a isso com uma violência redobrada. 
O "pós-modernismo" pressupõe que a "evolução do sistema" (entre outros devido à revolução tecnológica em questão) já aboliu classes e nações, ou pelo menos está em vias de o fazer e já fez, do "indivíduo" o sujeito direto e principal da história. Expressas em termos de "votos piedosos" e de formulações politicamente corretas estas visões evolucionistas dirigidas pelo economismo e pelo tecnologismo da ideologia dominante pressupõem que o capitalismo "se superará pacificamente por si mesmo". Quer dizer, por si próprio o capitalismo "superado objetivamente" não engendra uma nova sociedade – melhor – e sim a pura barbárie.


4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Revolução Tecnológica, apesar de bastante ampla em seu significado, pode ser conceituada como “as invenções, as descobertas ou as criações realizadas pelo homem, que afetam, de forma profunda, ampla e generalizada, os conhecimentos, os costumes e as práticas cotidianas do seu meio”. Para que seja considerada uma revolução tecnológica, o objeto do estudo deve contemplar o amplo aspecto desse conceito, uma vez que não poderá, simplesmente, se ater a modificar os conhecimentos ou os costumes de determinada comunidade, por maior e mais influente que seja essa comunidade em seu tempo e espaço.
Quando o homem primitivo, dominando o fogo, conseguiu dominar a arte da fundição, conhecendo os segredos do fabrico dos utensílios e das armas a partir dos metais encontrados em estado natural, pode-se considerar que ele estava revolucionando tecnologicamente o seu mundo social, haja vista que, com o domínio das técnicas de manuseio dos metais, contribuiu para a modificação da vida (do fabrico de utensílios e peças de ornamentação aos instrumentos e armas bélicas) em todo o planeta.
O mesmo pode ser dito em relação à invenção da escrita e ao domínio das circunavegações. Ambos ampliaram os horizontes do conhecimento humano sobre si, sobre sua própria história, sobre suas potencialidades, e também sobre a superfície terrestre. Modernamente podemos citar as revoluções nas áreas da genética e das comunicações (telecomunicações).
Com o advento da Internet (web), houve uma verdadeira reviravolta nos conceitos de comunicação, tanto material – instrumentos e equipamentos – quanto formalmente – interlocutores virtuais que adquirem faces diversas, conforme a “comunidade” que frequentam na rede. Somada à ciência da miniaturização, os equipamentos e os instrumentos estão se tornando menores e interligados, facilitando a vida cotidiana e modificando hábitos anteriormente arraigados.
O fenômeno da telefonia móvel é apenas um exemplo, pois hoje o aparelho celular, além de sua primitiva função de servir como “instrumento” facilitador da comunicação à distância, e sem um referencial geográfico fixo, também incorporou muitas outras funções (o acesso à Internet é apenas uma delas, talvez a mais simples), que acabam por torná-lo um aparelho multifuncional. Essa multifuncionalidade opera modificações nos costumes e no modus de vida daqueles que têm acesso a essa tecnologia.
Nesse momento já se pode acrescentar uma nova conceituação relativa às revoluções tecnológicas: “Podem, e devem, ser consideradas como revoluções tecnológicas os eventos advindos da inteligência do Homem, que causem modificações substantivas nos sistemas social e produtivo da espécie humana nos diversos cantos do planeta, mesmo que tais modificações sejam processadas paulatinamente em cada sociedade considerada por si mesma. Tais eventos deverão possuir, intrinsecamente, o condão de conduzir mudanças significativas nos métodos de produção então aceitos, alterando o meio ambiente e a organização do trabalho das sociedades nas quais sejam inseridos”. Por mera questão didática, no conceito aqui expresso esses "eventos" inserem-se no conceito mais amplo de tecnologia, de novas tecnologias.
No contexto atual, estuda-se o impacto das novas tecnologias na Educação, tendo, como objeto de estudo, a pesquisa e análise sobre como o setor educacional formal recebe e assimila essas ferramentas que lhes são oferecidas. Esses estudos visam aprofundar o conhecimento sobre a real importância das novas tecnologias no processo de ensino e de aprendizagem (relação professor-aluno), comparativamente com o estágio sócio-cultural das respectivas comunidades educandas.
As grandes revoluções tecnológicas manifestaram-se de acordo com as necessidades de uma sociedade, como vimos anteriormente. Com a 1ª Revolução Industrial o capital tornou-se mais importante do que a mão-de-obra; a segunda consolidou esse processo, porém a terceira, ainda em curso, sobrepôs o conhecimento ao capital através da informação. É a chamada “Era do conhecimento”.
A tecnologia favorece a geração de novas tecnologias. A própria tecnologia tende a disponibilizar e tornar acessível um maior volume de informações, dinamizando o processo de criação de novas idéias e incorporação destas na vida das pessoas. Podemos notar essa característica mais acentuadamente em economias de mercado industrializadas desenvolvidas ou em desenvolvimento.
Na questão da “necessidade”, um fato muito importante dentro das tecnologias recentes, é a arpanet, que foi precursora da internet que invadiria nossos lares 25 anos depois. A Arpanet foi uma rede de computadores criada em 1968 após a segunda guerra mundial, depois de 11 anos de pesquisas. Os americanos queriam dar uma resposta de impacto a então URSS com o lançamento da nave espacial Sputnik feita pelos Russos.
Dentro dessa revolução tecnológica vieram varias outras, principalmente na área das telecomunicações (celulares, redes de alto desempenho etc...) Portanto nota-se, que a necessidade faz a diferença quando uma sociedade necessita resolver de maneira rápida e objetiva os seus problemas. Em um mundo capitalista, que tempo é dinheiro, a tecnologia faz a diferença.




5 – REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

AZNAR, G. et al. Vers une économie plurielle: un travail, une activité, un revenue pour tous. Paris: Syros, 1997.
CASTELLS, M. A Sociedade em Rede. São Paulo: Paz & Terra, 1999.
FLORÃO. Santo R. S. Introdução a Administração: Globalização & Empresa. 3ed. Goiânia: Kelps, 2006.
GORZ, André. Les chemins du Paradis: l’agonie du capital. Paris: Galilée, 1983.
GORZ, André. Misères du présent. Richesse du possible. Paris: Galilée,1997.
LOJKINE, Jean. A revolução informacional. São Paulo: Cortez Editora, 1995.
MARÉCHAL, Jean-Paul. Imaginar uma outra sociedade. Por uma economia solidária. CEPAT Informa, Curitiba, n. 39, p. 2, maio 1999.
MARX, K.; ENGELS, F. Manifesto do Partido Comunista. 9. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.
MÉDA, Dominique. Le travail. Paris: Aubier, 1.
NEUTZLING Inácio; KREIN, José Dari. A mundialização do capital e o mundo do trabalho (II). Convergência, Rio de Janeiro, n. 303, 1997.
POLANYI, Karl. A grande transformação: as origens da nossa época. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

12 comentários:

  1. Sou a primeira a deixa comentario no blog da faculdade.... hehehehehehehe

    Logo logo vai se o meu que vai esta ai....


    By: Jessica G

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  2. Logo vai esta ai meu trabalho sobre lixo organico...


    Este blog é importante pois vai nos ajuda a pesquisa sobre trabalhos cientificos.....

    By: Carmem Nogueira

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  3. ola adorei este blog e sei que logo vai ser o meu trabalho que vai estar ai parabens pelo trabalho.

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  4. parabens Mauro pelo tralho esse mostra como vce e profissional adorei.

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  5. muito o brigado pela postagem

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  6. O brigado pela contribuição das infomaçoes

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  7. Otima postagem me ajudou tirar 10 pts

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